«- Queres ficar? - pergunta-lhe ele, colado ao calor dela
- Quero. - diz-lhe ela com um sorriso no escuro que ele só pode sentir - Hoje quero.
- Tens a certeza?... Sabes que este mundo onde ficamos só os dois de vez em quando nunca poderá ser nosso. - a voz dele em tom de aviso, sem promessas.
- Eu sei - ela continua a sorri-lhe com doçura, enquanto se aninha nele, as pernas que vão procurando o lugar certo, a pele macia que se vai diluindo na pele dele, procura-lhe a boca, beija-o ao de leve, deixa-se derreter devagar no corpo dele - A verdade é que isso agora não importa.
- Não importa? Porquê? - o tom de dúvida dele, enquanto lhe percorre as costas com os dedos. Beija-lhe o pescoço, os lábios, as mamas, o pescoço outra vez.
- Porque hoje o lugar onde pertenço é aqui - a resposta dela pronta, limpa, cheia de certezas, sente-se parte dele naquele momento, o calor, o cheiro suave e familiar daquela pele, o coração acelerado.
- Sabes, mereces mais, mereces tudo... - diz-lhe ele enquanto lhe descobre o corpo nú e respira a compasso com ela, enquanto se sente parte dela.
- Sabes, gosto de ti mais que muito... - ela sente-o cada vez mais perto, junto dela, dentro dela.
- Hmmm... - murmura ele descrente, convicto de que ela sempre se enganou na medida daquele afecto. Mas ao sentir-lhe o corpo, afaga-lhe o cabelo, beija-a com vontade e puxa-a para si. Abraça-a e proteje-a. Porque afinal o lugar onde ela pertence hoje é no corpo dele.
- E vou gostar sempre - diz-lhe ela por fim, selando-lhe a jura com um beijo. Deixa-se levar com cuidado, com carinho, com ternura. Sabendo que ali está segura. E que quando o dia nascer vai seguir caminho sozinha. Mas sobretudo com a certeza que ele nunca esteve destinado a ser o homem dela.»
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